quarta-feira, 5 de maio de 2010

Os Jovens e a Felicidade

foto: {Lins}

Vivemos todos sobrecarregados de uma infinidade
de ofertas que a modernidade, ou se já podemos
chamar de pós-modernidade, nos convida a
experimentar, principalmente quando o assunto é
felicidade. A prova disso aparece quando perguntamos
aos jovens o que querem da vida, e obtemos como
resposta: “o que queremos é ser feliz”. Parece um
pouco libertador demais, pois as dúvidas surgem
justamente quando lhes perguntamos em que consiste
a felicidade, ou de que precisam, para serem felizes.
Personagens de um mundo pós-moderno, os
jovens atualmente sofrem inquietações características
do nosso tempo. Imersos numa atmosfera onde tudo é
transitório, veloz e globalizado, a dificuldade surge
quando necessitam fazer um recorte, neste contexto
sedutor e fascinante, que, constantemente, lhes oferta
receitas, mediadas pela imagem, do que é uma pessoa
feliz.
A moda dita estereótipos e estilos, o mercado
esbanja objetos e bens de consumo. Todavia, devido a
essa pluralidade de elementos, o que vale para hoje
pode não valer mais para amanhã. Assim, ao
perdermos as referências, esquecemo-nos de onde
viemos e quem somos e, de uma hora para outra,
somos convocados a aprender a lidar com esse
sentimento de insegurança na tentantiva de nos
adaptarmos a um universo repleto de instabilidades.
A originalidade e a felicidade surgem para o
jovem como um imperativo: “ou você é feliz ou é um
fracassado, o mercado lhe dá “n” possibilidades de
existência, escolha e seja original”. A frustração, neste
caso, aparece quando se compra a imagem e o espelho
a contradiz. Ou quando se percebe que a felicidade,
inevitavelmente, não vem junto com os bens que
conseguimos adquirir.
A falta é inerente aos seres humanos e muito mais
perceptível nos jovens, que querem tudo, mas, na
verdade, não sabem bem o que esse tudo significa.
Muitas vezes o que falta não dá para ver a olhos nus,
porque diz das relações humanas, de um alicerce que
lhes dê referência e os ajude a seguir. Talvez o que
falta esteja realmente nas pequenas coisas, na família,
nos amigos, na escola, na fé – “não apenas na rosa, mas naquilo que precede e prepara a flor, não apenas no caule e nas folhas, mas nas raízes, intrometidas no solo da mãe terra, rica em nutrientes e, no entanto, fervilhando de minhocas e lesmas, e abundante de possibilidades (H. Wrye).
Então, só para lembrar: temos buscado a felicidade
a partir da imagem da flor ou na abundância das
possibilidades?

BAPTISTA, Laura - Psicóloga

Um comentário:

  1. Nossa... adorei!!!
    Parabéns pela escolha. Você, com a sua pouca idade, me surpreende com a escolha dos textos.
    Começou pelo título do seu blog: "Buscando um ponto de equilíbrio".

    Um grande abraço, menininha linda! Bom fim de semana.

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