quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Homenagem (F)

“Há coisas na vida que buscamos uma explicação, acabei de saber que um colega meu da 4º série faleceu em um acidente de moto.”


    Quando eu li essa mensagem que a Flor escreveu, me veio uma sensação ruim, uma sensação de perda mesmo sem conhecer o rapaz, Maycon. Tive um sentimento de tragédia semelhante ao que me arrebatou quando meu tio morreu.
    Talvez a Flor nem mais tivesse contato com o Maikon, mas é estranho é complicado. Dá uma sensação ruim, de vazio. Talvez porque nós nos identificamos com a pessoa que faleceu. Maycon tinha 18 anos e poderia estar em qualquer outro lugar que não essa bendita moto. Mas não. Ele estava lá. Tinha toda uma vida pela frente, mas estava no lugar errado na hora errada.
    Eu quase consigo vê-lo sorrindo na 4ª série, fazendo aquelas brincadeiras típicas das crianças. Eu quase consigo vê-lo aos 18 anos, feliz, na moto, sentindo o vento bater no rosto. Eu quase consigo ver a família recebendo a ligação de alguém que foi encarregando de dar a notícia do acidente. Vejo sua família no hospital, angustiada, esperando notícias de Maycon. Então, acabou. É o fim da linha. E bate aquela sensação de areia escorrendo pelos espaços entre os dedos. Só que não adianta fechar a mão. Não adianta porque acabou.
    Entre os familiares e entre os amigos, dor. Talvez seja a palavra que mais caracteriza a sensação de perda. Mas é mesmo impossível explicar. Entre os conhecidos, mas não tão próximos, fica aquele desconforto. Aliás, mais que desconforto: é um nó no estômago, um vazio.
    É mesmo terrível uma coisa dessas.
    Eu não conhecia o Maikon. Nunca o vi, na verdade. Mas eu conheço a Flor. Eu conheço o Márcio. Conheço a Thamiris. Conheço a Luiza. O Lucas. Sei que, para seus amigos, o Maycon era tão amado seus quanto meu amigos são meus. E me dá a mesma sensação que a Flor deve estar sentindo. Mas é mesmo impossível de explicar.
    Eu só posso desejar muita luz ao Maycon. E, se as coisas realmente forem como eu acho que são, ainda tem muita coisa pela frente. Nada acaba aqui.
                                                                             Siga em paz, Maycon.
   
                                                                                                                                     Eleonora Lucas.
Ao som de Imagine-Glee.


PS.: Homenagem linda, né? :) Bom, quando acontece uma coisa dessas, a gente percebe o quão tolos somos e não levamos tão a sério esse negócio de demonstrar o que sentimos pelo próximo. Me incluo. Estudei com ele também e parece inacreditável quando lembro das vezes que ele falava comigo na rua ou quando o via na academia. A ficha não cai e quando o rosto daquele menino vem na minha mente, eu apenas consigo pensar: "como assim? é inacreditável! que injusto." Apesar de termos trocado poucas palavras durante tanto tempo que poderíamos ter conversado, quero dizer que você fará falta. :(

Um comentário:

  1. Um amigo meu de 4º série também morreu esse ano, numn acidente de moto. Mas o nome dele era Marcos.

    Tive o mesmo sentimento de perda, mesmo mal tendo tanto contanto com ele, com o passar do tempo.

    Bjs! até

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